Sempre disse que não queria trabalhar em Call Center. Nunca tinha trabalhado num, mas os testemunhos que chegavam até mim eram bastantes negativos. Contudo, tinha uma amiga que me "entusiasmou", que me disse que ali era diferente dos outros lados e eu lá decidi mandar o CV. Fui seleccionada, comecei os dois meses de formação e de facto a coisa não pareceu ser assim tão má, nem mesmo no primeiro mês de trabalho. Porém, comecei a verificar que à medida que ia deixando de ser novata, as pressões iam aumentando. Ou era o tempo que demorava nas chamadas, não podemos alongar muito mais dos 5 minutos (e isto já na loucura), ou o tempo que tens de pausa. O horário também começou a ser desgastante, pois entrava as 16h e saía à 1h, basicamente deixei de ter vida própria. Até que no meio de Dezembro fui presenteada com uma bela otite, daquelas que já não me lembrava ter. Estive quase duas semanas em casa para a curar, ainda a meio da baixa tentei ir, mas apenas aguentei duas horas
"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!"