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Resumo Covid-19

Quando no inicio de Março falavam do Covid-19, quando andávamos todos ainda na nossa normalidade, quis acreditar que era algo passageiro e nunca imaginei que colocasse a nossa liberdade em causa. Felizmente, pouco antes do bicho arrebentar, tive a oportunidade de partilhar abraços e sorrisos com alguns que mais gosto. Porém, o dito cujo também me tem privado de datas importantes e, os abraços que partilhei, já parecem ter acontecido noutra vida.
Estou em regime de tele-trabalho desde 18 de Março e saídas de casa desde essa altura são quase nulas. Descobri que sou paranóica ou, então, comecei a sê-lo graças ao bicho.
Por isso, decidi fazer um resumo do que tem sido estes 1000  dias em casa, porque, para mim, continuamos em estado de emergência e tentar normalizar a minha vida é só impensável.

  • Pensei que ia ter tempo "livre" para fazer aquelas coisas que nunca tenho tempo, só que não. Na área em que trabalho houve um boom de serviço e o que tenho feito é trabalhado, trabalhado, trabalho. Na verdade, este fim-de-semana é o meu primeiro livre desde que estou em casa;
  • Ainda tentei treinar em casa, mas foi algo que não resultou. Culpo o trabalho;
  • No início, tive todos os sintomas e pensei que já tinha apanhado o vírus sabe-se lá onde, depois concluí que estava a ser só parva;
  • Tive um verdadeiro ataque de pânico. Já tinha tido episódios de ataques de ansiedade, porém nada assim. Chorei, fiquei sem ar, com dor no peito, enfim. Isto tudo porque queriam que eu fosse para o meu local de trabalho. (Eu, florzinha de estufa, que tem no CV Três pneumonias, várias infecções pulmonares e, que inclusive, nos primeiros dois meses do ano esteve com gripe e duas amigdalites. Daquelas de caixão à cova). Entretanto, arranjaram outra solução e consegui acalmar;
  • Se antes já era adepta das compras online, agora sou a 100%. É Auchan, é Pluricosmética, é Inglot, é tecnologia. Nada me faz sair de casa (ou quase nada!);
  • Stressei, pois vi as brancas no cabelo a serem extremamente visíveis. Acho que 30% do meu cabelo já é branco. Comprei tinta de supermercado, não resultou. Elas continuam bem visíveis;
  • Todos os fins-de-semana há bolo. E fast food. O que me aconselham para hoje? (Ainda não me pesei!)
  • Cada vez que pego no carro questiono-me se ainda sei conduzir ou se tenho de ir para a escola de condução novamente;
  • Aprendi a conviver com as minhas olheiras cadavéricas, já somos as melhores amigas;
  • Questiono-me se ainda sei fazer eyeliner, tenho de começar a treinar, visto que agora o foco da maquilhagem vão ser os olhos;
  • Comprei tecido e enviei para a minha mãe fazer máscaras;
  • Parti um frasco na mão. Estava sozinha, não sei ainda como não desmaiei com o sangue que jorrou dos dedos;
  • Tive uma conjuntivite; 
  • Li sobre a Peste Negra (cambada de porcos também!) e a Gripe Espanhola;
  • Como todos nós, tornei-me adepta das video chamadas;
  • Nunca sei em que dia da semana estou e às vezes dou por mim a pensar em que mês estamos;
  • Já não sei o que cozinhar;
  • Cortei o cabelo ao namorado;
  • Tive outra conjuntivite;
  • Momento alto da semana é quando vou levar o lixo à rua;
  • Vejo religiosamente o directo do Bruno Nogueira (a não ser que adormeça que nem uma pedra no sofá);
  • O meu telemóvel decidiu seguir o conselho do Trump e "beber" gel de lixívia. Não deu tempo de o ligar às máquinas, faleceu passado minutos;
  • Fiz uma pesquisa exaustiva para encontrar o substituto do meu Xiaomizinho. Descobri, fui à Rádio Popular com a minha máscara cor-de-rosa, não toquei em nada, demorei 10 minutos.
E, basicamente, é isto. Continuar a acreditar que o pior já passou e que em breve mataremos as saudades dos nossos (tantas, tantas saudades dos meus pais, avó e irmão) e que estaremos com os nossos amigos a comer panquecas com Nutella e morangos.

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